“Anatomia Sentimental” é um pensamento gráfico sobre a anatomia feminina e sua relação com as emoções, dando margem a interpretações ambíguas entre sentidos e sentimentos. Nessa linha, os órgãos do corpo ganham novas colocações, remetendo à metáforas como “pensar com o coração”, “cabeça de mãe”, etc. São utilizadas técnicas como o desenho e a aquarela, bem como fotografia de arquivo e bordado, anteriormente explorados em outras séries. A diferença é a combinação de meios e materiais em torno a um tema central, a mulher e seus sentimentos.
Me inspira pensar as “sensibilidades sem governo” da maravilhosa poetisa Adélia Prado, sobre o osso pélvico como um portal pra viver esse desgoverno. Segue aqui um trecho que conversa com os desenhos…
“Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta.
As sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.”