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Calçadão na Feira do Livro de Fotografia em Lisboa

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Nesse final do semana o livro Calçadão do Leme ao Leblon participou da 6a Feira do Livro de Fotografia de Lisboa, continuando a série de conexões entre Brasil e Portugal que fluíram durante todo o processo desse projeto!

Em primeiro lugar é preciso contar que as ondas reproduzidas no padrão gráfico do Calçadão carioca seguem o padrão de “O Grande Mar” da praça do Rossio em Lisboa. Esse desenho lisboeta representa o encontro das águas doces do Tejo com o Oceano Atlântico. Essas ondas atravessaram a imensidão que nos separa e mantiveram o padrão lisboeta não apenas no desenho, mas também no material utilizado: as legítimas pedras portuguesas! Atracaram de vez na praia carioca no começo do século XX.

Em 2014 ocorreu outro encontro luso-brasileiro como convite do jornalista e escritor português Hugo Gonçalves, então radicado no Rio de Janeiro como editor da Língua Geral, para que eu fizesse a curadoria da reprodução dessa atmosfera do calçadão no formato livro. Foi um prazer imenso fotografar a orla para a série #calçadão #realvirtual e também convidar os fotógrafos Lucas Zappa, Felipe Braga e Benoit Fournier para que fizessem o mesmo, editando os trabalhos e construindo essa narrativa visual que parece um passeio na praia!

Abaixo seguem as fotos do evento, onde o livro dividiu espaço com outros projetos extraordinários como a Rev. Nacional do JR Duran e a Coleção Ipsis de Fotografia Brasileira. calçadão_lisboa_03

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Título do livro: Calçadão: do Leme ao Leblon

Gênero: Arte/Fotografia

Autor: Carolina Matos (org.)        

Editor: Editora Língua Geral

ISBN: 9788560160976

Ano de Publicação: 2014

Número de páginas: 144

Dimensões: 27,5 x 20 cm

Design Gráfico: O Cubículo

Tratamento de Imagens e Produção Gráfica: Joanna Americano Castilho

Impressão: Ipsis Gráfica e Editora

O sonho de Leonardo

Leonardo da Vinci, o artista cientista, fez muitas experiências com a anatomia. Ludovico Sforza lhe encomendou uma estátua do falecido Duque de Milão, a cavalo, em tamanho quatro vezes maior que a escala natural. Leonardo, em sua busca pela perfeição, passou anos estudando a anatomia e os movimentos dos cavalos para executar o trabalho. Até que em 1495, todo o bronze reservado para o projeto foi destinado à manufatura de armas usadas na defesa da Itália durante a invasão da França. Curioso notar que Leonardo também foi o inventor das armas mais letais que existiram em seu tempo.

Eadweard Muybridge, sem saber, era o sonho de Leonardo. Em 1878, ele publicou seu trabalho Horse in Motion, o registro de um cavalo a galope, derrubando séculos de erros na representação artística do movimento. Com a invenção de um dos primeiros obturadores de câmera, foi capaz de fotografar as fases sucessivas da ação. Era o tempo exigindo sua parcela de verdade. Hoje em dia, quase nos ofendemos com qualquer inexatidão na representação do movimento.

Em 2008, a televisão estatal iraniana mostrou imagens de mísseis riscando o céu noturno. Eram lançamentos para testar os mísseis de médio e longo alcance. A mídia iraniana informou que as armas foram disparadas de navios no Golfo Pérsico e também do solo. Este episódio não seria possível sem o desenvolvimento das tecnologias tanto de Leonardo, quanto de Muybridge.

Naquela mesma semana, uma agência de notícias francesa publicou que o Irã parecia ter manipulado uma fotografia dos tiros para o ar. A imagem mostra quatro mísseis disparados ao mesmo tempo, com colunas de fumaça por trás deles. O sonho impossível de Leonardo se tornou realidade. O registro automático de um movimento posteriormente manipulado com um “pincel”, para satisfazer o desejo do real de uma situação de guerra.

É a mais pura arte em nome da evolução humana, paradoxalmente satisfazendo o desejo de liquidar a própria anatomia do homem.

Alvorada Virtual

Não, essa não é minha primeira vez…  Comecei no mundo da Internet com um Fotolog! em novembro de 2006, do qual não lembrava nem a senha até ter que desenterrar esse arquivo de imagens que agora está mais pra lixo eletrônico. Ou seria um álbum (virtual) de fotos, igual aqueles que guardamos nas gavetas do passado? A virtualização da nossa memória através da Internet gera essa confusão nas relações diretas da vida de todo dia, nos nossos hábitos mais enraizados. Acabam-se as fronteiras visíveis, a velocidade de transmissão toma conta do conceito de espaço e reduz o mundo a proporções ínfimas. De repente, estamos morando no Google, não conseguimos viver fora dele! E foi através do Google que fui morar na Espanha em 2007, quando decidi que apenas uma foto por dia no Fotolog era pouco pra satisfazer minhas crises de expatriada. Resolvi ter também um Flickr! Com o tempo virei Pro, desvirei e virei outra vez… Passei do finado Orkut pro Facebook, que dominou meu tempo livre e anunciou publicamente minha mudança de país, de estado civil e as constantes mudanças de humor. Me enrolei demais nas palavras e meu mural começou a ficar bem visual, menos texto e mais imagem. Em 2012, meu mundo virtual ganhou mais um reforço: fiz uma conta do Instagram!

Corta pra 2013: já era hora de ter um site, e assim surgiu o caixadacarol.com. A caixa começou a ficar muito cheia e evoluiu pra uma plataforma, o arte mântica. Mântica vem do grego: manteia, arte do vidente; –mancia. Também remete a alforje, aquela bolsa que carregamos no cavalo para viajar. E isso tudo representa a nova proposta, onde a intuição aliada ao conhecimento é muito valorizada na produção do conteúdo e com ele desejo atingir lugares ainda não explorados, ultrapassar fronteiras! Benvindos ao meu novo lar virtual!